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Mostrando postagens de 2010
Eclipse
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Bons tempos em que os eclipses eram vistos como sinais dos deuses! Temos um eclipse hoje. Nada grandioso, pois que isso já virou lugar comum. Todos os que têm acesso à escola estudam e conhecem muito bem o fenômeno. Fenômeno por fenômeno, fico com um fato que me foi trazido da Alemanha aos ouvidos pela Rádio Guaíba. O fato é que, segundo a notícia, lá quase 50% do salário é recolhido em forma de impostos. Ora, esses alemães são mesmo muito burros né? Por que não fazem como os habitantes de Pindorama? É, por aqui não se paga tanto imposto. Sempre se dá um jeitinho de reduzir a receita ou de aumentar as despesas. Conheci uma senhora, há alguns anos, que tinha cinco filhos adotivos, só no papel, claro. Mas também, não precisava mais. Bastava isso para deduzir toda sorte de despesas do seu imposto de renda. Naturalmente, do outro lado do balcão também há uma sutil diferença. É que aqui, do lado de baixo do equador, o dinheir...
Obrigado
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A vida é tão simples gostaria de saber vivê-la mas acontece que não sei Simplesmente embaraço-me vejo-me em pedaços e os pedaços que vejo não são meus mas de outros... Que fazem de mim partes de um todo pulsante e perene... Espero alcançar o céu mas, se não for possível basta-me a alegria de tê-los conhecidos ainda que sequer imagine quem são... Obrigado. Falecido poeta - Cezar Lopes.
Se nadar é perigoso, viver no rio dos sinos então...
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Mais uma vez há uma avalanche de peixes mortos no rio dos sinos. E, obviamente, a culpa não é de ninguém. Aliás, é dos esgotos. Bom, como diz a Tieta (no filme) “pra algum lugar a merda tem que ir”. O que cheira mal (sem trocadilho), no entanto, é que os esgotos nunca mataram peixes à la farta. Um peixinho aqui, outro acolá, nada de escandaloso, como aconteceu em 2006 e se repete agora. Mas também, vai ver que o povo nunca cagou tanto, já que com o progresso do país, o povo come mais (juram-me isso o tempo todo). Agora, os curtumes da região que costumam esvaziar seus reservatórios de toxinas no referido rio não têm nada com isso. Eles estão todos dentro dos valores numéricos que a lei estabelece, pouquinho (bem pouquinho mesmo) mais, pouquinho (pouquíssimo) menos. Pena que ainda não ensinamos aritmética para os nossos peixes, assim eles saberiam que não podem morrer só por que os números estão, assim, um tiquinho mais elevados do que o recomendado. Só pra lembrar, o recomendado gera...
Trecho extraído do livro "História regional da infâmia"
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Uma moleca para Lindoca Juremir Machado da Silva "Tudo se interliga: em lugar do bater de asas de uma borboleta, um surto de carrapatos para nunca ser esquecido. Assim começam os mitos e terminam os sonhos. Ao longo da primeira metade do século XIX, na qual se formaram e atuaram os farroupilhas, Portugal proibiu o tráfico de escravos (1836), o Império Britânico aboliu a escravatura (1834) e a Argentina, de forma gradual (1813), de quem tanto os farrapos sofreram influência, foram mais longe no combate ao odioso e prático sistema de ganhar dinheiro com o suor gratuito dos outros. O Brasil mantevê-se firme. Os republicanos rio-grandenses nunca libertaram os negros. Estavam em guerra. Precisavam de quem trabalhasse por eles. O projeto de Constituição da República (artigo sexto) considerava cidadãos apenas os “homens livres” nascidos no Rio Grande. O decreto de 20 de fevereiro de 1839 estabelecia o uso do tope da nação nos chapéus dos cidadãos, excetuados os escravos. Finda a revoluç...
Epitáfio
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Estive pensando na vida agradável das personagens de Os Miseráveis. Certamente, quando Victor Hugo escreveu sua obra jamais conseguiria imaginar que a humanidade pudesse ser muito mais cruel. É decepcionante, mas nem o inspetor Javert, nem o criminoso Jean Valjean, (que foi condenado há mais de dez anos de prisão por um furto famélico) nem a família trapaceira dos Thénardier, com toda a sua ganância conseguiriam sobreviver a um dia no sistema prisional brasileiro de hoje. Certo que era mais fácil prender alguém em séculos passado. Cesare Beccaria que o diga. Mas, reflito, mudamos muito? Hoje a justiça é pública, só se pode prender com motivos previstos em lei e manter preso provisoriamente, sem julgamento, apenas com autorização judicial a qual deve estar plenamente amparada na legislação. Mas sabemos que não é assim. Diariamente pessoas são presas por pequenos furtos e esquecidas nas celas. Mesmo aqueles que tiveram julgamento e que já cumpriram, integralmente, sua sentença só s...
Epifania
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Cogito ergo sum. Mas bem que eu poderia não existir. Detenho-me a refletir sobre a existência no dia consagrado aos desencarnados. O mundo segue lânguido e misantrópico lá fora. Os mortos enterram seus mortos e choram a própria finitude que se avizinha. Dentro de mim, avalio a solidão desta frase. Cogito ergo sum. Estou rodeado de pessoas que tentam se definir no tempo e no espaço da própria existência. São cargos, títulos, marcas de automóveis, cores odores, amores, paixões, enfim, signos. Sinais que emitem para que possam se localizar reciprocamente, na escuridão que os envolve, certos de que estão cegos de tanta luz. Quanto a mim, me canso facilmente desse jogo. Acabo por desrespeitar as regras e rasgar cenários erigidos por zelosos cenógrafos acéfalos. Mas, com o tempo aprendi a deixar que as crianças se divirtam enquanto podem. Sem lhes tirar o prazer da ilusão, também não sou obrigado a resgatar-lhes quando se dão conta da ficção, embora isso raramente aconteça e as pessoas t...
"Canalha, você é um verdadeiro canalha"
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Logo ali, meu filho, na esquina do mundo, morreu o mais competente canalha de quem já se teve notícia. Indômito, erigiu castelos de palavras. Com elas dispôs e obteve tudo o que sempre quis. O mundo estava aos seus pés. Senhor das idéias, suas construções, qual fogo-fátuo, bruxuleavam viçosas à distância. Mas aqueles que se aproximaram garantem, apenas a inexistência, o não-ser, esteve realmente, sempre, lá. Então, quando se fartou, entediado, deu as costas ao mundo e partiu, sem explicações ou motivos. Simplesmente partiu, e nunca mais voltou. De fato, só sabemos que morreu, por que conhecemos quem o matou. O tédio. Tédio da vida, do conhecimento vasto e improdutivo que assola as mentes dos verdadeiros canalhas. Eu disse canalha? Desculpe. Quis dizer, intelectual. Falecido escritor - Cezar Lopes.
Passagem
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Passei por aqui sem qualquer pretensão apenas para dizer que viver nunca é em vão Apenas para anotar que a loucura é uma libertação Das normas e ditames dos deveres das obrigações pois na falta de juízo reside a plena capacidade de fazer o que se quer na exata hora em que se tiver vontade. Mas não se importem ainda não enlouqueci tanto que estou agora preparando-me para dormir e acordarei cedo, amanhã para cumprir a sacrílega jornada ditada pelos ponteiros dos relógios. Falecido poeta - Cezar Lopes.
O bom ladrão
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Caía a tarde na penitenciária estadual e os detentos se reuniam para aproveita os últimos minutos de pátio. Um grupo achegou-se a um detento que, sentado, em silêncio, contemplava o chão com olhar distante. - Ô Libório, conta pra nós como tu veio parar aqui. - De novo? Resmungou lentamente, o apenado. - É que o Maçaneta aqui é novo e não quer acreditar. - Bueno, foi assim. As coisas começaram a ficar difíceis pra mim quando deram de colocar câmeras em tudo que é lojinha de esquina. Eu gastava semanas estudando o ambiente e quando chegava na boca do caixa antes de gritar “é um assalto!” lá estava, de cantinho, aquela coisinha minúscula com seu olho fixo em mim. - E qual o problema? - Qual o problema? Quem tem que aparecer na televisão é artista de novela! Pois, daí que tive de mudar de clientela e comecei a pegar o freguês na saída de casa, de madrugada. Tá certo que tem o inconveniente de ter de acordar cedo, além de pagar pouco, mas é bem melhor que ter de enfrent...
Fidelidade
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Fidelidade não se impõe Nem se contrata, Fidelidade se conquista... Parece-me que alguns amados Irmãos por tanto andarem em busca perderam o Norte de vista... Que o Arquiteto Supremo os conduza de volta à senda da honra e da verdade, senão, rogo que, ao menos, os assista... Falecido poeta Cezar Lopes.
Versos dispersos (de novo)
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Ser forte é ser como as águas... sempre tentando avançar, mas tendo a flexibilidade de saber recuar, quando necessário... Vejamos: sou uma alma penada, pelada, depenada... assim, sou uma alma quase nada... exceto por essa teimosia que insiste em me fazer crer, que descansarei em paz, um dia... Lindo é o teu sorriso, que ficou para sempre no tempo da minha memória... Bueno, talvez consigamos... talvez não... o importante é não desistir de lutar... afinal, o resultado é o que importa, mas, nesse caso, curiosamente, quando ele vier, já não fará diferença... dependendo, claro, das nossas crenças... Falecido poeta Cezar Lopes.
O desenho da vida
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Faça um desenho n unca se esqueça n ão deixe, jamais, d e sonhar... Sonhos são desenhos pois que, desenhos são sonhos... Faça um desenho mesmo que pareça um rabisco... Não se esqueça que d e que a linha da vida t ambém não passa d e um risco, mas, n em por isso deixamos de arriscar. "Sonhos são os caminhos reais, para se conhecer a mente" Sigmund Freud. Falecido poeta Cezar Lopes.
Homenagem
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Em homenagem ao saudoso escritor, dramaturgo, contista, romancista e poeta português José Saramago, algumas de suas idéias que merecem respeito e reflexão por todo aquele que é. "Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar." "O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas." "Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista.O otimista ou é estúpido, ou insensível ou milionário." "Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia." "Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: Dar voltas."
Vida de gado
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Toca a tropa, tropeiro Com respeito e com cuidado pois que, o teu destino em muito pouco difere ao do gado ... Qual dos dois é mais feliz? Que dizer... Ao menos, o gado não sabe que vai morrer... E por não usar a razão não ter tão complexa psique O gado só morre uma vez Tu, porém, em teus anseios sonhos e desejos Quantas vezes vai morrer? Mas, afinal, quem se importa... Tua vida é uma tropeada Tens à frente, teus passos e, atrás, um imenso rastro de bosta. Falecido poeta Cezar Lopes.
Lágrmas desconhecidas
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Chorei tanto que mal posso abrir os olhos... Sofrimento... Sentimento... Uma vida sem sentido Manifesta nas ausências Na solidão de um soldado abandonado, sozinho, no front... Presenças mortais à frente Ausências fatais às costas... Realmente, "hoje, não dá vou consertar a minha asa quebrada e descansar¹" Quem sabe, com sorte, para sempre. 1-Trecho da bela poesia Anjos, do saudoso poeta Renato Russo. Falecido poeta Cezar Lopes.
Versos dispersos
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Nem carrinho nem carinho... só os passos que deixo pelo caminho... Linda é a vida, que finda na eternidade... Pesados são os fardo que nos recusamos a carregar... Saudade é um bom sinal... ela preenche as lacunas entre o sonho e a realidade... sinal de que ainda somos capazes de sonhar... Existencialidade é um sonho que termina quando acordamos para o infinito... Toma conta dos meus versos até que eu possa reavê-los um dia, ou nunca mais... Falecido poeta Cezar Lopes.
Das trevas à Luz, o mítico vinho da Floresta de Scrum
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Mestre João estava sentado contemplando o arrebol quando alguns aprendizes cercaram-no, esperando, certamente, ouvir mais uma de suas histórias para tentar desvendar seus segredos. Compreendendo muito bem a intenção dos jovens Mestre João não regateou. Fazendo sinal para que sentassem à sua volta, começou sua narrativa. Em uma cidade vizinha, há muitos anos, havia um rapaz chamado Roberto. Ele estava em situação financeira difícil e por isso, aceitou o trabalho de revender o vinho produzido por seus avós na serra. Importa, porém que vocês saibam que, igual a vocês, Roberto tinha consciência, ele recebera a Luz. Banca posta na praça central da cidade, mercadoria disposta sobre a banca, todos os dias o rapaz anunciava seu produto como sendo um excelente vinho pelo preço de sete reais a garrafa. Mas estava difícil convencer seus fregueses de que valeria a pena dispor de sete reais por um produto que, no mercado, poderia ser conseguido por cinco reais, e a situação de Roberto apenas...
Já era o Vandeco!
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Júnior conheceu Vanderlei ainda no primário. Ali, selaram uma amizade que duraria por toda a vida. Mas não foi sempre assim. Logo que chegaram na escola, ambos vindo transferidos de escolas diferentes, mal se falavam nas aulas de educação física. Isso mudou quando, já na oitava série, Vanderlei foi apanhado se masturbando no banheiro do colégio. O professor que o repreendeu não disse nada, mas os colegas que estavam por ali se encarregaram de espalhar o fato e Vanderlei passou a ser motivo de chacota. Júnior sempre fora muito racional, mas seu lado emotivo despertou naquele dia, pela sensação da injustiça praticada para com Vanderlei. Espirituoso, tratou logo de transformar aquela chacota em algo divertido, e, claro, não ofensivo. Daqueles dias em diante, todas as vezes que Vanderlei pedia para ir ao banheiro Júnior se adiantava e exclamava: - Ih! Já era o Vandeco! Assim surgiu o apelido que acompanharia Vanderlei por toda a sua vida... E um pouco mais. E pego...
Resignação
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Cansei... De enfrentar gigantes como se fossem moinhos... De caminhar meu caminho como quem não está sozinho... De desafiar meus limites sem o temor de, um dia, só encontrar o destino dos vivos o pó... Cansei. Não suporto mais as distâncias que se alongam diante dos meus passos Aos bravos que prosseguirão buscando um significado um forte abraço... Quanto a mim, fico por aqui pois já não é hora de chegar minha hora é de partir pois eu também, como ninguém reclamo o meu direito sagrado de ser feliz... ou morrer tentando. Falecido poeta Cezar Lopes.
Um dia o Viajante irá tão longe que perder-se-á de si
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"Passeio Socrático"
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Recebi o texto do amigo e professor Paulo Heidrich e posto aqui apenas por refletir exatamente o que penso. "PASSEIO SOCRÁTICO" (Frei Betto) Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos, e em paz nos seus mantos cor de açafrão... Em outro dia, eu observava o movimento do Aeroporto de São Paulo: a sala de espera estava cheia de Executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado o seu café da manhã em casa; mas, como a companhia aérea oferecia outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: “Qual dos dois modelos vistos por mim, até aqui, realmente produz felicidade?”. Passados alguns dias, encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?”. E ela me respondeu: “Não. Eu só tenho aula à tarde”. Comemorei: “Que bom! Isto significa, então, que, de manhã, ...
Diz a máquina que estou vivo
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Poderia estar lendo Neruda Mas Neruda gruda em meus sentimentos em meus nervos... Poderia estar pintando uma imagem limpa, linda Clara como um amanhecer ou misteriosa, como um arrebol... Mas toda essa languidez me dá sono porém, é cedo para dormir... Por isso, quedo-me aqui Desfiando pedaços de mim em linhas sempre mais tortas pois que, linha reta é linha morta. Que o digam, os cardiopatas. Falecido poeta Cezar Lopes.
Retrospectiva de um acamado
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Sempre acreditei que besteira era uma bobagem. Ora bolas, todo mundo tem o direito de ser idiota de vez em quando. Porém, ultimamente o festival está a cada dia com mais participantes. Em casa, acamado, só me restou a leitura e o rádio. Todos saíram o que permitiu que minha atenção fosse redobrada. Agora, algumas coisas sem nexo colhidas nesse período. No sorteio da mega-sena o locutor apresenta dois representantes do povo e uma auditora do governo federal. Exibe a nova máquina de sortear bolas e finalmente procede ao sorteio. Depois, dirige-se aos representantes do povo e pergunta se eles confirmam o resultado. Os dois confirmam e eu fico pensando. Qual a competência daqueles dois cidadãos para avaliar a lisura de um sorteio realizado por uma máquina cujo funcionamento eles, sequer, compreendem? E se um deles resolvesse chutar o pau da barraca e dizer, não confirmo? Pronto estava armado o circo. E Poderia, afinal, com a mesma impropriedade com que ele avaliza o que não conhece, poderi...