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Mostrando postagens de março, 2008

A família e a sociedade humana.

De todos os momentos que tenho para lembrar como bons, a grande maioria está ligada à família. A célula mãe da sociedade. Uma das coisas boas das famílias é que, ali, todos os papéis são bem definidos. O pai, a mãe, os filhos. Na condição de filho, coube a mim o papel de questionar. Gostei tanto que pratico isso até hoje. Na condição de pai, coube-me o dever de educar. Neste caso a responsabilidade se tornou o mote. Ao invés de questionar, tenho de esclarecer, ensinar. Claro que até ensinando me questiono. Ainda assim, todos os valores que recebi de casa (a verdade, a honestidade, a responsabilidade, o respeito aos outros, o respeito às opiniões contrárias, a honra, a palavra e o bom senso) estão sendo, paulatinamente, transferidos para o meu filho, que também questiona, mas, dentro das condições de seu entendimento, comporta-se de acordo com os ensinamentos que lhe passo. O fato é que, apesar do advento da informação instantânea, da degradação moral que os meios de comunicação impõe a

Francelino Levou Choque

No ano da graça de mil novecentos e setenta e dois nasceu Francelino Roque Cruz, filho único do Sr. Edvaldo Cruz e dona Lucimeidi Roque Cruz. Contam os mais próximos que já nos primeiros ensaios de engatinhar Francelino logo descobriu uma tomada e meteu o dedo. Foi seu primeiro choque e tomou gosto pela coisa. Assim, mesmo ante as medidas salutares de seus pais tampando as tomadas com protetores, o menino logo descobriu como removê-los e ainda como colocá-los de volta, para não levantar suspeitas. Claro que sua mãe percebia os cabelinhos arrepiados, mas, por mais que se esforçasse em descobrir onde o menino tomara choque jamais lograra êxito. Seu pai chegou a sentenciar, certa vez: esse menino puxou aos Cruz mesmo, gosta de tomar choque! Na escola Francelino procurava sentar sempre ao lado de uma tomada. Era chegar o dia de uma prova e pronto, lá estava o Francelino gemendo baixinho, com o dedo enfiado na tomada, dê-lhe tomar choque. Mirrado, se cor e sem graça,

O segredo

Larguei de mão a vontade de fazer melhor o mundo agora desejo apenas alguns instantes de silêncio Não culpo a ninguém por isso apenas, talvez, a minha consciência Desperto e sem paciência já não desenho quimeras dos desejos dessa terra apenas um me acompanha E é um segredo.