"Canalha, você é um verdadeiro canalha"

Logo ali, meu filho, na esquina do mundo, morreu o mais competente canalha de quem já se teve notícia.

Indômito, erigiu castelos de palavras. Com elas dispôs e obteve tudo o que sempre quis. O mundo estava aos seus pés. Senhor das idéias, suas construções, qual fogo-fátuo, bruxuleavam viçosas à distância. Mas aqueles que se aproximaram garantem, apenas a inexistência, o não-ser, esteve realmente, sempre, lá.

Então, quando se fartou, entediado, deu as costas ao mundo e partiu, sem explicações ou motivos. Simplesmente partiu, e nunca mais voltou.

De fato, só sabemos que morreu, por que conhecemos quem o matou. O tédio. Tédio da vida, do conhecimento vasto e improdutivo que assola as mentes dos verdadeiros canalhas. Eu disse canalha? Desculpe. Quis dizer, intelectual.

Falecido escritor - Cezar Lopes.

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