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Mostrando postagens de dezembro, 2013

Utopia

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Juremir acordou cedo, como fazia sempre. Era sábado em Utopia. Utopia é uma cidade única. Ali, as pessoas têm com principal valor o respeito ao ser humano como indivíduo. Esse respeito, em Utopia, é real, superando quaisquer ideias pré-concebidas, tornando-se difícil para qualquer estrangeiro alcançar plenamente o seu significado. Para ilustrar brevemente o respeito de que tratamos no parágrafo anterior basta dizer que em Utopia quando alguém põe os pés sobre a faixa de segurança os veículos param imediatamente. Não só por que é lei, mas por que todos os motoristas reconhecem em sua própria fragilidade humana a fragilidade da vida de seus semelhantes. Em Utopia as vagas reservadas para deficientes (lá não são necessários modismos politicamente corretos como: portador de necessidades especiais) são respeitadas e ninguém jamais pensou em ocupá-las indevidamente, pois seria uma violação direta à primeira diretriz de seu comportamento, sua humanidade. Pois, é nesta cidade singular que

Só porque é natal

Ricardo é empresário. Nascido em berço pobre, lutou muito para construir seu patrimônio e acredita que dar esmola em nada contribui para o crescimento do cidadão. Não obstante, ao voltar para casa todos os dias deparava-se com um menino franzino, pele parda, olhos verdes e cabelos loiro, liso e pastoso que vinha sorridente até a janela do seu veículo: - Tio, tem uma moedinha? Passaram-se os meses e mesmo depois de muitas negativas o menino persistia. Com seu sorriso de criança sempre que Ricardo negava-lhe o pedido agradecia e saía saltitante correndo em direção a outro veículo. Pelo retrovisor, Ricardo observava pensativo: devo admitir que esse guri não desiste facilmente... Ah, e tem o jeito de correr do Garrincha também. Então o sinal abria e Ricardo seguia viagem deixando para trás o “menino da sinaleira” como o havia apelidado na conversa com os amigos. Vinte e três de dezembro, a cidade, enfeitada, prepara-se para receber ao Papai Noel. As luzes coloridas

Vergonha

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                Mais um final de ano. Nenhuma novidade. Apenas o desejo de que o ano novo me apresente melhores perspectivas do que este que termina.                 Um ano em que, mais uma vez, sinto vergonha. Sim, ao ver a corrupção cada vez mais enraizada no subconsciente coletivo deste país, ao ver os representantes do povo representando-os tão bem, sinto vergonha. Ao ver o lixo cultural que é o funk tomando o espaço da nossa cultura tão rica, sinto vergonha.                 PT                 Por que eu sinto vergonha do PT? Não é por que o Partido dos Trabalhadores tenha inventado a corrupção, mas sim, por que os petistas sempre se apresentaram como os arautos da moralidade e assim que chegaram ao poder conseguiram fazer pior do que faziam seus adversários. Por isso eu sinto vergonha. Por que eu acreditei que o PT realmente seria um partido diferente.                 No entanto, o que se vê é um aparelhamento do estado de forma explícita, escancarada. Promessas não

O Tempo É o Senhor da Razão

O tempo passa, as pessoas mudam o que não muda é o caráter. Hoje recebi a visita de um verdadeiro filho, Gabriel Compassi. Que me trouxe meu melhor presente de natal em muitos anos. Uma miniatura da Enterprise. Ele sabe que sou fã da série. Estou lisonjeado. Feliz, realmente, por saber que meu empenho em ser sincero, ainda que falho, como qualquer ser humano, foi recompensado. Minha felicidade não tem como ser expressa. Posso apenas dizer, muito obrigado, Deus! A dedicação e o esforço valeram a pena. Obrigado Biel, você é uma dádiva. Que Deus o abençoe. Cezar Lopes.