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Mostrando postagens de maio, 2012

Bom

Que bom ter a tua compania eis que o dia para todos se acaba Então, enfim, é bom ter você perto de mim enquanto o dia acontece assim como a vida que somos nós antes do pó. Cezar Lopes.

Pobres

Pobres patetas Poetas, profetas Pernetas do verbo Verbetas? Constroem odisséias Cumprem suas penas E dormem sob sua fama para sempre. Cezar Lopes.

Cedo

é cedo, eu sei mas que seja, também, o primeiro de um tempo longo e pleno de felicidade pois que, sem engano afirmo, o que é certo por mais que seja longo todo o tempo se esgota É a lei universal do tempo perdido que, em verdade são dois o que já passou e aquele que ainda sequer foi parido. Cezar Lopes.

Poema

Cada pedaço de papel é um poema escrito, ou prontinho para ser escrito. Cezar Lopes.

Liberdade

Liberdade quem disse que precisamos disso? Se somos livres, porém, submissos Se somos livres, porém, omissos que liberdade estranha! Pensamos e proferimos palavras a granel, mas, na hora do compomisso Não saímos do papel... Liberdade, isso é liberdade? Deus do céu!

Havia

Havia, houve, haverá Em que tempo importa existir Se, em seu tempo deixará para trás, todo o tempo em que estavas, estiveste, estarás? Quanto tempo, ainda até chegares ao simples entendimento de que tu, também, passarás?

Quadro

Pintura fenomenal o quadro se formou de forma espontânea Eis o segredo da forma disforme que se forma na imensidão das possibilidades às quais chamamos vida...

Tempo

O passar do tempo envolve e revolve sentimentos Penso, onde vai o tempo que passou? Passou mesmo? Quanto a dizer e tão poucos a a escutar o tempo...

Tic Nem-tac

Tic tac Nem-tic Nem-tac E eu aqui O tempo todo E nunca mais. Cezar Lopes.

Ah

Ah, se te disser quanto tenho e quanto busco Terás a exata noção das distâncias entre nossos mundos e um pouco mais... Cezar Lopes.

Longe

Longe, bem de longe vem essa vontade de existir em outro tempo, em outro plano Longe, bem para longe, vai a capacidade de fugir do insano mundo do dia-a-dia. Cezar Lopes.

A Leoa

Não há quem a emoção não dobre e vença, Lendo o episódio da leoa brava, Que, sedenta e famélica, bramava, Vagando pelas ruas de Florença. Foge a população espavorida, E na cidade deplorável e erma Topa a leoa só, quase sem vida Uma infeliz mulher débil e enferma. Em frente à fera, um estupor de assombro, Não já por si tremia, ela, a mesquinha, Porém, porque era mãe e o peso tinha, Sempre caro p'r'as mães, de um filho ao ombro. Cegava-a o pranto, enrouquecia-a o choro, Desvairava-a o pavor!... e entanto, o lindo, O tenro infante, pequenino e louro, Plácido estava nos seus braços rindo. E o olhar desfeito em pérolas celestes Crava a mãe no animal, que pára e hesita, Aquele olhar de súplica infinita, Que é só próprio das mães em transes destes. Mas a leoa, como se entendesse O amor de mãe, incólume deixou-a... É que esse amor até nas feras vê-se! E é que era mãe talvez essa leoa! Raimundo Corrêa