Só porque é natal
Ricardo é empresário. Nascido em berço pobre, lutou muito para construir seu patrimônio e acredita que dar esmola em nada contribui para o crescimento do cidadão. Não obstante, ao voltar para casa todos os dias deparava-se com um menino franzino, pele parda, olhos verdes e cabelos loiro, liso e pastoso que vinha sorridente até a janela do seu veículo: - Tio, tem uma moedinha? Passaram-se os meses e mesmo depois de muitas negativas o menino persistia. Com seu sorriso de criança sempre que Ricardo negava-lhe o pedido agradecia e saía saltitante correndo em direção a outro veículo. Pelo retrovisor, Ricardo observava pensativo: devo admitir que esse guri não desiste facilmente... Ah, e tem o jeito de correr do Garrincha também. Então o sinal abria e Ricardo seguia viagem deixando para trás o “menino da sinaleira” como o havia apelidado na conversa com os amigos. Vinte e três de dezembro, a cidade, enfeitada, prepara-se para receber ao Papai Noel. As luzes coloridas es