Vamos falar de festas? Festas para quem, mesmo? Para os pais, para os filhos... os cunhados... as sogras.... E, para os meninos de rua? E para as crianças sem futuro? Vamos festejar essa ignomínia? Então, aos que "têm ouvidos de ouvir" Que ouçam: feliz natal! Aos que têm olhos e forças Capazes de usar a razão Seja um natal onde, ao menos, uma criança não vá dormir sem o pão... meus irmãos. Falecido poeta - Cezar Lopes.
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Mostrando postagens de 2009
Amo como se eu soubesse
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Ando sempre apressado sempre correndo pela vida É que, se parar e refletir, sinceramente... meu tempo é tamanho pro pouco tempo que tem uma mera semente... Vivo assim, sem rumo ainda que saiba aonde vou... Amo a vida e a humanidade Amo, mesmo, quem nunca soube o que é o amor... Como se eu soubesse... Falecido poeta Cezar Lopes.
O sr. Ninguém
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Ventava forte naquele dia. Ele sempre fazia coisas estúpidas quando ventava. Dessa vez, estava decidido. Abandonaria aquele casamento de aparências. Nunca mais teria de bajular aquele bando de vaidosos por... Pelo quê mesmo? Por sua cordial benevolência, oferecendo-lhe generosamente o prazer de sua companhia? Permitindo-lhe, por sua superioridade evidente, que ele lhes servisse da forma mais humilhante possível, sempre com um sorriso de quem pede desculpas por existir. Era o tempo. Seria assim. Iria em busca da sua própria identidade. Raios e trovões avolumaram-se naquela noite. Os conselhos eram os mais diversos. Fica! Vai mesmo! Vai logo! Não faça isso! Já devia ter feito! A noite foi longa, mas finalmente acabou. Com o alvorecer, uma nova vida, um novo caminho se lhe apresentava. Poderia escolher, tinha a liberdade para reconstruir, ou, finalmente, construir, seu futuro. Ele estufou o peito ao mirar-se no espelho. Sorriu para seu reflexo... Reflexo? Mas ele não tinha reflexo...
Das ruas
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Tenho a vida à flor da pele sinto as dores do mundo... Vejo os arvoredos das ruas de Buenos Aires... as ruas de Montevidéu... chorando, languidamente como choram as ruas do bom fim da cidade baixa regando o calçamento de paralelepípedo refletindo a solidão das estrelas e dos homens... Afinal, onde estão meus brinquedos? Diria Quintana... Falecido poeta Cezar Lopes.
As vacas são mais felizes
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Andei por tantos caminhos longe da pequeneza mundana que hoje me sinto sozinho entre essa multidão bovina, que só conhece o limite de seus próprios, pequenos, feitos... Luto pra ter respeito por suas limitações mas, lhes juro é bem difícil... A mesquinhez é um vício, o egoísmo, um erro, a vaidade é o levedo que fermenta e infla esses egos... Pobres seres, cegos desconhecem a magnitude da diversidade... e pensam que são felizes. Falecido poeta Cezar Lopes.
Homem
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Homem, corre teus dias são finitos teus sonhos são de açúcar derretem-se com tuas lágrimas... Homem, não te abate, ainda que tenhas vontade pois a vida não tem e nunca teve, mesmo qualquer sombra de sentido Importa, portanto, para ti viver e morrer sereno posto que o teu tempo é pequeno e o sofrimento é veneno Para que encurtar distâncias? Se a distância não muda? Deixe estar, saia do sério Mas deixe pra trás teus males pois esses vêm aos milhares e a bonança é uma vaga que te abençoa e te afoga que mata teu corpo e limpa tua alma. Falecido poeta Cezar Lopes.
Nunca mais, corvo, nunca mais...
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Não faço mais isso de morrer aos poucos... Quando morrer que seja de uma vez e só... Meus amigos já estavam loucos comigo... querendo me ver pó... Vivo ou morto... Meio um, meio o outro nunca mais... Aos meus amigos, desejo que descansem em paz... Aos verdadeiros irmãos que jamais me abandonaram repito o corvo de Poe nunca mais, nunca mais... Falecido poeta Cezar Lopes.
VERSOS ÍNTIMOS
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Pois, por falta absoluta de palavras que melhor expressem o que tenho a dizer agora apenas citarei esse magnífico e incisivo poeta! Aproveitem! VERSOS ÍNTIMOS (Augusto dos Anjos) Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão —esta pantera— Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!
No fundo... mas não tão fundo...
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No fundo, não presto... sou tão ruim que se realizasse meus desejos causaria muitas desgraças... Por isso me policio... torno-me a antítese de mim... Pois que, não seria mais que comum se minhas falhas não tivessem fim em mim... Aparte isso, sou modesto demais... Hum! E ainda dizem que sou arrogante! Detesto meus erros quando os reconheço nos outros... assim, detesto os outros... Ah, sociedade! Quanta vaidade... mas o que é que os outros têm a ver com isso? Bem, talvez meu princípio... ou, quem sabe absolutamente nada! Falecido poeta Cezar Lopes.
O Arroio das Tripas
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No Beco do Arroio das Tripas (a origem desse nome é uma daquelas histórias que, quem diz não sabe e quem sabe não diz), como em qualquer outro beco miserável de uma grande cidade, as crianças não sabem ler ou escrever e sequer sabem como é uma escola. Sua imaginação, portanto, é alimentada pelas conversas dos pais e dos vizinhos que, invariavelmente, elegem um anti-herói como ícone de suas desditas. Esse é um costume transmitido de geração para geração. Um nome recente que ocupa o imaginário das crianças do beco é o Preto Fio. Com armas de fogo ou armas brancas esse rapaz de 16 anos tem atormentado os moradores do beco e desafiado a polícia de forma tão acintosa que, para alguns, ele tem o corpo fechado, para outros tem parte com o demônio e para as crianças tem um poder fantástico, pois é capaz de desviar balas com o olhar e as facadas desferidas contra ele só atingem a sua sombra. A vida seguia, assim, seu ritmo no beco. Até aquele dia em que...
Mãe, Luz da Vida
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Faleceu a mãe de uma amiga (poderia se uma desconhecida!) disse-lhe o que sentia e sinto sempre que uma mãe morre... Ela ficou, realmente, tocada entendo o momento que vive, porém, reflita comigo: Poderia ser diferente? Quem não nasceu de mulher que diga, então, o contrário pois quem conhece o amor materno, eterno, imutável só pode sentir-se só sempre que uma mãe falace. Bem sei que Deus, o Criador Estender-Lhe-á Sua bênção no entanto, a nós, pobres homes, resta ainda um consolo O bem que as mães nos ensinaram forjará nossas atitudes... servirá, sem dúvida, para aplacar a dureza quem o dia-a-dia nos apresenta. Agradeço a todas as mães, deste plano e dos demais... obrigado, dona Sulamita! Bendita seja sua prole pois que, deixaste conosco o amor de mãe... única força que nos consola e torna suportável tua ausência! Que o Supremo Criador Arquiteto desse mundo receba-a em Sua glória e nos conceda Sua bê...
Regras rompidas
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Regras rompidas pedaços dispersos de mim espalham-se por todo o Universo... Grilhões já não me prendem a liberdade era um mito agora é real eu sei eu sinto... Farei meu testamento agora deixo o que resta de mim a quem puder entender que o princípio encerra o fim e outros começos para sempre amém. Cezar Lopes.
Lá sei eu!
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Desafiado, respondo Ainda que sinta A dor das ausências Sofro e definho, sozinho A falta de mim Que se foi... A ausência de um carinho Que abandonou O ser... E deixou o estar Pelo ter... Claro que entendo... Claro! É sedutora, a visão... Porém, ainda que sofra... Você estará sempre presente Em meu coração... Quanto a mim? Que importa? Amei e fui Feliz um dia... O mais É letra morta... Como eu em minha poesia. Cezar Lopes, 7/7/09 - sofrendo a última solidão das ausências... Vivendo o mundo profano e ainda, pagando o preço, das antigas aparências!
Terra Sem Males
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Em Terra Sem Males a menina que queria descobrir a verdade saiu a passear. Logo na primeira esquina encontrou uma moça muito simpática que lhe ofereceu um mate. Depois, procurou por seus amigos de infância (é que, ao contrário dela, eles cresceram). Alguns estavam por ali, outros mandaram recados de carinho e de apreço. Dos amores juvenis, pôde sentir o olor, a sensação viva da juventude que os outros perderam, enquanto ela, em seu desejo de amar incondicionalmente, jamais soube o que era perda. A menina reencontrou seus brinquedos e o sorriso de seus pares e, inclusive, acreditou que estava de volta ao paraíso. Essa era sua intenção quando, sem mais delongas, regressou à Terra Sem Males. Porém, os dias foram passando e a menina percebeu, gradativamente, que suas fantasias de outrora eram pequenas, do tamanho da sua idade. E, mais, entendeu que sua Terra Sem Males era linda, mas não podia mais voltar senão por alguns momentos, posto que sua própria condição de menina não passava ...
Os fios mágicos - 1ª parte
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Quando o avô do André estendeu o pano de pratos para secar ele fez uma curva e voou alguns metros até repousar sobre a grama. Percebendo que o menino ria às gargalhadas seu avô riu também, depois puxou um banco e chamou-o para o seu colo. - Muito bem guri, já é chegada a hora de você conhecer mais um dos meus segredos. O menino, sentado no colo do avô olhou-o muito sério, pois sabia que seu avô sempre lhe fazia grandes revelações nesses momentos. - Pois bem, começou o velho, tudo começa no tempo em que os homens viviam em harmonia com os Elfos... Naquele tempo os homens precisavam aprender a conviver, ou seja, a viver em grupo. Essa era a tarefa de todas as criaturas mágicas que existiam e ainda existem, embora já não tenham interesse em se relacionar com os homens. É que o homem ficou poderoso demais, inteligente demais e dessa forma, deixou de enxergar a beleza e a magia da simplicidade, guri. ...
Preocupações humanas do juízo
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O relógio parou Nem-tic nem-tac! O tempo acabou Nem-tic nem-tac! O mundo parou de rodar Graças! Eu começava a entontar... Nem-tic nem-tac! Nem-tic nem-tac! E agora? Chegou a hora... Melhor, acabaram-se todas as horas... E se eu tiver medo? Do Seu trono, impassível Julga com Sua justiça o Eterno E... Deus! Creador de tudo o quanto é belo Por favor, adie minha audiência... Por quê? Ora, porque esqueci-me de pôr terno. O eterno, claro. Cezar Lopes.