Namastê





Tudo tem seu lugar e sua hora. Ignorar esta regra pode ser fatal.
Namastê é uma expressão respeitosa que significa “curvo-me perante ti”. Bonito. Mas, nem sempre pode ser praticada e, o mais importante, nem sempre pode ser real.
Depois da campanha do desarmamento que, felizmente não surtiu muito efeito ocorreu um fenômeno curioso na mente do Menelau, soldado militar.
Diferente dos seus colegas, Menelau acreditou na ideia do desarmamento. Não se sabe bem como isso aconteceu, mas o fato é que de um dia para o outro o policial começou a estudar a cultura asiática e encontrou no seu desejo de respeito ao ser humano de forma incondicional, uma fé que lhe propiciaria realizar esse respeito na sua plenitude.
Daí em diante tudo se seguiu de forma natural. E o Menelau, gradativamente, deixou de cumprir com suas obrigações da forma que era esperada.
Frente a frente com um meliante antes de prendê-lo, lá vinha ele com seu cumprimento habitual.
- Nasmastê! Desculpe mas tenho de prender você!
E assim se seguiu por meses. Seus colegas estavam cada vez mais preocupados mas não havia o que fazer. Na prática, levando em consideração apenas os resultados, suas obrigações eram cumpridas de forma correta.
Até que um dia ao encurralar um marginal num beco da Vila do Torto, ao fazer seus cumprimento habitual, caiu morto.
Tomou três tiros no peito e, de fato, se curvou perante o criminoso, e para sempre.
O assassino foi preso. Está na cadeia, aguardando a hora de sair para continuar com a vida que escolheu amparado pelo Estado e pelos Direitos Humanos. Afinal, bandido é humano, policiais honestos e os demais cidadãos de bem, não.
O único erro do Menelau foi acreditar na propaganda mentirosa que afirma que somos todos iguais. Pois os Direitos Humanos, no fundo, nivelam o ser humano por baixo. Ou seja, você só vai estar amparado pelos direitos humanos se for criminoso. Se tentar se proteger, ou à sua família, aí você não é humano. E portanto, não tem direitos.
Pobre Menelau, não entendeu essa simples verdade: não se pode tratar desiguais como iguais e, atualmente, é isso que os Direitos Humanos apregoam.
Não me curvo a bandido de pistola ou de colarinho branco, agora, para o falecido Menelau e para todos o homens de bem, sim posso dizer: Namastê.


Cezar Lopes.

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