Eleição, Hora De Acabar Com o Mal Pela Raiz
Sabe o quanto dói uma dor de dente? Sabe mesmo? A geração atual não conhece este problema. Falo, evidentemente, das classes D para cima. A classe E que fique no limbo do Esquecimento, como sua sigla bem o sugere. E quem não gostar desta afirmação, ou achá-la inconveniente, dê uma olhada nas páginas policiais. Nas vilas, no Natal, tem pivete apontando arma para o Papai Noel. Estes já nascem com a dentadura condenada. Ali a dor é estatutária. Não pode ser removida nem por decreto presidencial mas, se por algum meio for excluída, voltará através de recurso. Contudo, mesmo que não volte, continuará no plano psicológico donde não sairá jamais.
A favor destes exilados da sociedade resta o consolo de que uma dor estatutária, torna-se ineficiente, deixando, depois de um certo tempo, de surtir efeito no corpo. Mas aí seus sinais já estão calcados nos indivíduos. Pois que a dor tira a concentração, incapacitando de tal forma que torna impossível ao raciocínio entender a realidade.
Quem já teve uma dor de dente sabe que naqueles dias eternos trespassados por noites de insônia e solidão, não se deseja estudar, trabalhar (pensar então!). Todas as forças do organismo e da mente estão voltadas a um único objetivo, fazer a dor cessar.
Somente a fé não esmorece. Mas não trato da fé num futuro melhor ou em qualquer outra dessas crenças que norteiam nossa passagem por este planeta. A fé, neste caso, torna-se uma fé cega, que crê em qualquer coisa que possa, ou prometa, fazer a dor passar. Normalmente não funciona, mas, quando a dor é tão intensa, mesmo a esperança de que vai funcionar já resulta numa espécie de alívio.
Sim, deixemos de lado a classe E afinal, pelo exposto, fica claro que seus constituintes são igual ao cocô jogado nos nossos rios e mares. Flutuam conforme os ditames das marés. Não têm velas ou motor, não possuem a forma aerodinâmica dos tubarões nem sua perícia em aproveitar o fluxo e esquivar-se do refluxo dos mares sem oferecer-lhe, contudo, resistência. Não. Falar de dor, somente da classe D para cima. Estes conhecem remédios e medidas preventivas. Aqueles que estão do lado de lá da cerca desta propriedade chamada sociedade não entenderiam de quê estamos tratando. Pois só cruzam os portões de nosso mundo em duas ocasiões: para furtar e para votar. Nestes dois casos merecem atenção e mesmo assim, em nenhum deles a recebem de fato, afinal, em seguida voltarão para o outro lado onde continuarão a fazer barracos, puxados e ficarão a espera do cumprimento das promessas da eleição ou de um veredicto: prisão. Enquanto isso nas esperanças de um novo rebento a dor se recompõe, se eterniza.
No mais é ir tocando, de dor em dor, de filho em filho, de fardo em fardo, de fome em fome. Bebendo cachaça, crendo nalguma crença, esperando alguma graça. Dormindo sob as pontes, nos viadutos, nas praças. Votando, pedindo, roubando, matando, fugindo, ficando, morrendo, calando, que isto é tudo de graça e já não dói mais, não mais...Sabe o quanto dói uma dor de dente? Sabe mesmo?
A favor destes exilados da sociedade resta o consolo de que uma dor estatutária, torna-se ineficiente, deixando, depois de um certo tempo, de surtir efeito no corpo. Mas aí seus sinais já estão calcados nos indivíduos. Pois que a dor tira a concentração, incapacitando de tal forma que torna impossível ao raciocínio entender a realidade.
Quem já teve uma dor de dente sabe que naqueles dias eternos trespassados por noites de insônia e solidão, não se deseja estudar, trabalhar (pensar então!). Todas as forças do organismo e da mente estão voltadas a um único objetivo, fazer a dor cessar.
Somente a fé não esmorece. Mas não trato da fé num futuro melhor ou em qualquer outra dessas crenças que norteiam nossa passagem por este planeta. A fé, neste caso, torna-se uma fé cega, que crê em qualquer coisa que possa, ou prometa, fazer a dor passar. Normalmente não funciona, mas, quando a dor é tão intensa, mesmo a esperança de que vai funcionar já resulta numa espécie de alívio.
Sim, deixemos de lado a classe E afinal, pelo exposto, fica claro que seus constituintes são igual ao cocô jogado nos nossos rios e mares. Flutuam conforme os ditames das marés. Não têm velas ou motor, não possuem a forma aerodinâmica dos tubarões nem sua perícia em aproveitar o fluxo e esquivar-se do refluxo dos mares sem oferecer-lhe, contudo, resistência. Não. Falar de dor, somente da classe D para cima. Estes conhecem remédios e medidas preventivas. Aqueles que estão do lado de lá da cerca desta propriedade chamada sociedade não entenderiam de quê estamos tratando. Pois só cruzam os portões de nosso mundo em duas ocasiões: para furtar e para votar. Nestes dois casos merecem atenção e mesmo assim, em nenhum deles a recebem de fato, afinal, em seguida voltarão para o outro lado onde continuarão a fazer barracos, puxados e ficarão a espera do cumprimento das promessas da eleição ou de um veredicto: prisão. Enquanto isso nas esperanças de um novo rebento a dor se recompõe, se eterniza.
No mais é ir tocando, de dor em dor, de filho em filho, de fardo em fardo, de fome em fome. Bebendo cachaça, crendo nalguma crença, esperando alguma graça. Dormindo sob as pontes, nos viadutos, nas praças. Votando, pedindo, roubando, matando, fugindo, ficando, morrendo, calando, que isto é tudo de graça e já não dói mais, não mais...Sabe o quanto dói uma dor de dente? Sabe mesmo?
Cezar Lopes.
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