Sou flor bruta, flor do mato, flor agreste, cresci na simplicidade do inço, sem finesse, sem matiz, sem beleza na corola, o espelho diz! Para sentir meu aroma, muito amor, muito amor é preciso, (é um odor escondido no ser). Sou mulher de carne, calor, pulso e coração. Me entrego com amor, muito mel, muito afã no viver da mineral criatura. Sou ardente, apaixonada no minuto duradouro da eternidade quando estou nos braços teus. Sou sincera, autêntica, verdadeira, sentindo tua aura, mas desligo-me no seguinte momento da vertente da paixão. A razão me censura: Dar ouvidos aos gritos da alma? Não escute essa alma que sangra descarnando vivências de jamais ter sido amada. Coloco sentimentos na vanguarda defensiva, estilhaçando na sapa do peito minas enterradas: as falácias do amor! Confesso: sou insegura, receosa das tuas emoções, Não permito... e dói! Não permito enraizar no coração um espaço compassivo, comprazente à voz de Eros. Toda vez que atendi recebi a unilateralidade da sentença: Só ...
Contam nos círculos restritos da fraternidade da luz que um jovem aprendiz chegou-se a um mestre ancião e lhe declarou agoniado: - Mestre ancião, eu estou desesperado! E stou vivendo no inferno. - Bom! Declarou o mestre com verdadeira alegria ao ouvir as palavras do aprendiz. E concluiu: - Para encontrar uma saída do inferno o primeiro passo é reconhecer que se está nele. Agora se alegre por ter recebido este esclarecimento e vá construir seu caminho de volta. Cezar Lopes.'.
Ele fazia aquilo há tanto tempo que ninguém mais lembrava quando havia começado. Na maternidade todos o conheciam e lembravam-se dele, mas desde quando? Desde... Sempre. Final do dia, o velhinho entrava com a autoridade de quem sabe aonde vai e postava-se diante do vidro observando os nascituros. Fazia caretas para uns, acenava para outros e, pouco tempo depois se retirava no mesmo passo lento e firme com que chegara. Foi assim até o dia em que a guarda foi trocada e um jovem segurança o deteve. - E o senhor? - Estou bem, obrigado. Respondeu. - Sim, mas aonde o senhor vai? - Ah, sim, vou até a maternidade. - Nasceu seu neto? - Não. - Então o que o senhor vai fazer lá? - Ora, meu jovem, você faz muitas perguntas! Pois saiba que vou saudar os novos inquilinos. Desejar-lhes, evidentemente, uma excelente e longeva estadia! - Como? - Os novos inquilinos da casa que estou deixando! Com licença! E o ancião se foi, pondo o segurança atordoado com aque...
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