Palavras, Conceitos e Apelidos
Estive pensando nessa onda do
politicamente correto. Cheguei à conclusão de que é um besteirol sem tamanho.
Palavras têm etimologia. Uma
origem. Mas, acima de tudo, as palavras têm de levar a uma imagem, uma ideia do
que se quer dizer. Pois, vejamos o que nos traz à memória a palavra idoso.
Repita esta palavra algumas vezes. Assim, idoso, idoso, idoso, idoso, idoso, idoso,
idoso, idoso, idoso, idoso, idoso, idoso, idoso, idoso, idoso, idoso, idoso.
E então? O que esta palavra te
lembra? A que ela te remete? Para mim, a nada. Não me diz coisa alguma. Tanto
que, se perguntar a que ela se refere, as pessoas em geral respondem: velho.
Ah, pois é! Então, se a expressão
te leva a esse entendimento, o que idoso vem a ser? Um alias? Um apelido? É
isso? Vejamos, não é politicamente correto chamar a pessoas de velha, então o
correto é chama-la de idosa, que vem a ser... Velha! Mas que inovação
fantástica! Puxa isso sim muda tudo em relação às pessoas com idade avançada!
Analisemos agora a expressão
portadora de necessidades especiais.
Fulana é portadora de
necessidades especiais.
Primeira pergunta: Quais
necessidades?
Primeira resposta: Por exemplo,
ela precisa de elevador para entrar no ônibus.
Segunda pergunta: Por quê?
Segunda resposta: Por que ela não
tem o movimento das pernas.
Conclusão: Ela é paraplégica!
Ah, então a portadora de
necessidades especiais é paraplégica! Pois, qual o problema em dizer que a
pessoa é paraplégica afinal?
Tenho amigos cegos e nenhum deles
se identifica como portador de necessidades especiais, se lhes perguntar eles
lhes dirão: - Sou cego.
Sabe, existe um limite tênue entre a educação, a
cortesia e a babaquice!
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