Desafio do não ao não
Não. A palavra mais ouvida na
vida, diz uma pesquisa que li há tanto tempo que já nem lembro quem fez. Mas
faz sentido. Tudo é não. Na infância é por proteção. Então,
introspectamos. Depois, na adolescência,
nos rebelamos. Passamos a recusar a negação. Curiosamente é aí que mais
negamos. Negamos os ensinamentos paternos, maternos e de quem mais tiver idade
suficiente para chamarmos ou entendermos como velhos. Na adolescência a velhice
é bastante relativa. Pois se for um senhor de oitenta que nos escute e apoie,
bem, pode ser coroa – ainda se usa essa expressão? – mas não velho. Com o
advento da vida adulta, resolvidos os conflitos referentes aos nossos pais,
então tomamos um rumo. Certo ou errado? Não sabemos, mas melhor que o sem norte
da fase onde a nossa altura nos faz perder o respeito sacro por nossos
progenitores. Sim, caso não saibam, Deus está em cima por que, quando pequenos,
ao sofrermos, buscamos conforto na mãe e no pai, que são maiores, ou seja,
estão em cima. Olhamos para cima para buscarmos socorro. Daí, pois, a revolta
adolescente, em parte. Pois nosso amparo agora não é maior que nós. Em altura
estamos de igual para igual. Mas, claro, essa é apenas uma pequena parte da
História e foge do escopo, então, voltemos.
Se olharmos os dez mandamentos
veremos que sete começam com não. E isso tem uma razão. Deus é pai. Pais querem
o bem dos seus filhos. Ora, sendo assim, pais preferem que seus filhos aprendam
pelo amor, pois se não for assim, a vida lhes ensinará pela dor. E pais não
querem que seus filhos sofram.
Contudo, de tanto ouvirmos a palavra
não acabamos por tê-la em primeiro lugar em nossas respostas – admiro quem não
é assim, pois eu mesmo tenho que me esforçar muito para fazer diferente ainda
hoje.
Portanto, proponho-lhes uma
experiência. Passar uma semana sem pronunciar a palavra não. Mesmo quando for
necessário negar algo, usar outras palavras, argumentos, ainda que seja
necessário falar mais, discursar, mas fazer ver ao seu interlocutor que ele
deve tomar outro caminho, sem usar a palavra não.
Qual a razão do experimento? Bem,
é simples. Como temos, todos, uma aversão à palavra não, quando a ouvimos nos
fechamos imediatamente, e isso bloqueia em parte ou de todo nosso entendimento
sobre as razões de nosso interlocutor. Verdade? Ficção? Maluquice? Delírio?
Invenção? Vamos descobrir?
Se estiver errado, por tudo que
aprendi, não fará mal algum. Porém, se estiver certo, já pensaram em quanta
discórdia e rancores serão evitados?
Quem se atreve a arriscar? Mas,
advirto, é preciso coragem, sabem o motivo? Por que, no meio d argumentação,
corremos o risco de descobrir que estávamos errados!
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