Inacreditável, Mas Existe!

Aviso importante: Se você não pode sofrer fortes emoções, pare aqui. Repito: se você é cardíaco, safenado ou possui qualquer tipo de patologia que pode ser agravada por fortes emoções pare aqui. Não leia o que se segue.

Gente! É cada esquisitice que se vê por aí né? Pois, dias atrás fui a um restaurante famoso na cidade por seus pratos exclusivos e seu molho secreto - dizem que apenas o dono prepara o molho e que cozinheiros e cozinheiras não têm acesso à fórmula - e procurei uma mesa discreta num canto próxima à porta - sabe como é, em caso de incêndio quem está mais perto da saída tem mais chances de sobrevivência, dizem.

Ora, como dizia, tem muita maluquice neste mundo. Assim que me sentei e recebi o cardápio digital no meu iPhone reparei num casal segurando um pequeno livro encadernado com o nome do restaurante impresso em letras douradas. Fiquei curioso e, quando o garçom veio com meu pedido, atrevi-me a perguntar o que era aquilo e o que eles estavam fazendo. Um pouco constrangido o homem me esclareceu. Tratava-se de um cardápio de papel. Foi necessário imprimi-lo às pressas por que a casa se orgulha de, em todos os seus quinze anos de existência, jamais ter permitido que um cliente saísse insatisfeito dali.

Minha curiosidade, ao invés de ficar saciada, inflamou-se ainda mais com aquela resposta. Mas jamais pensei que a próxima pergunta seria tão impudica. Chegando ao ponto de fazer o garçom corar ao responder, e eu também com a resposta. Mas, juro, não foi intencional. Hein? Ah, sim, a pergunta. Ora, ao saber que o jovem casal utilizava aquele utensílio antiquado e possivelmente tóxico, indaguei por fim ao copeiro o porquê de eles estarem utilizando tal recurso arcaico. Ele corou tanto que pensei que o homem iria enfartar. Ao cabo de alguns segundos que devem ter durado uma eternidade em sua mente chegou-me ao pé do ouvido e, sem mais delongas, sussurrou-me aquela absurda, surreal, realidade. Ele não tem celular! Disse. Peço desculpas pelo introito prolongado, mas acredito que agora entendem por que, mesmo agora, passados alguns dias, ainda tenho dificuldade em pronunciar semelhante obscenidade.

O restaurante continua lá. Pelo que me contam, sua comida permanece impecável e imbatível. Porém, não me atrevi a voltar ali. Afinal, um ambiente que acolhe semelhante perversidade hoje, amanhã sabe-se lá a quem recepcionará!

Não me julguem mal. Estou aberto à diversidade mas, tudo tem limites, não é? Mas, dá para acreditar? Eles, ambos, não possuíam celular. Não sei se você que está lendo é religioso. Eu sou. E tenho certeza de que estamos realmente vivendo o fim dos tempos. Bah! Mas, dá mesmo para acreditar? Eles, nenhum deles, possuía celular!

Cezar Augusto Lopes

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