Ideologia, eu preciso de uma pra viver?

Ouvindo o programa Esfera Pública da rádio Guaíba, ontem, fiquei intrigado com algumas afirmações dos entrevistados. Questionado pelo apresentador, Juremir Machado da Silva, sobre as coligações que se formaram para as eleições de Porto Alegre, onde partidos de ideologias completamente antagônicas estão juntos na busca pelo poder na capital gaúcha, um dos entrevistados, representando o PCdoB, afirmou que não havia nenhum empecilho ideológico já que eles não pretendiam implantar um governo socialista na capital mas, sim, governar Porto Alegre, juntamente com o PP, fortemente representado, no Rio Grande do Sul, pela senadora Ana Amélia Lemos.

     O entrevistado afirmou ainda que, apenas 15% dos votos da senadora foram de cunho ideológico, os outros 85% foram votos pessoais, ou seja, votos conferidos à pessoa em detrimento, inclusive do partido.

     Quanto ao voto ser muito mais pessoal do que ideológico, bem, até aqui, nenhuma novidade. No entanto, quedei-me a pensar sobre as ideologias e sua futilidade no mundo real, ao menos, no Brasil, pois sei que em outras partes do mundo elas fazem, realmente, a  diferença para o eleitor.

Terminei por concluir que, por aqui, ideologias são como aqueles brasões de famílias que volta e meia vimos. São lindos para pendurar na parede, mas descendo do plano das ideias, da simbologia, no mundo real, têm a utilidade de uma moeda de vinte e seis centavos.
Cezar Lopes.

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