Das palavras

Tenho ouvido muitas discussões sobre a política gaúcha que está envolta em corrupção, intrigas políticas e fofocas.
Chama-me a atenção que as pessoas dêem mais valor para as palavras proferidas em situações diversas em detrimento da história dos indivíduos envolvidos.
Não me questiono se é verdade ou se apenas parece verdade. Isso é irrelevante para o passado e cabe à justiça decidir sobre o assunto. O que me faz estarrecido é a incapacidade das pessoas, em todas as esferas, em perceber que o sentido de uma frase, quando contada por terceiros pode mudar completamente.
Quando alguém diz que sou um bobalhão, é importante nos atermos, não à frase, propriamente dita, mas ao significado explícito na forma como essas palavras são ditas. Digo isso por que já passei, eu mesmo, por situação semelhante, quando então, pessoa amiga, veio me trazer as palavras de outro amigo, ditas a meu respeito.
De pronto, reduzi aquela amizade a simples contato social. Um amigo de verdade não faz fofoca, sobretudo por que não tem condições de reproduzir mais que as palavras, deixando de fora todo o resto (as circunstâncias do comentário, a intenção de quem emitiu sua opinião, etc).
No meu caso, enterrei o assunto e jamais levei o possível comentário desairoso, que ofendia a minha honra, adiante.
No caso das pessoas públicas isso é mais difícil. Principalmente quando se trata de assunto do interesse da sociedade.
Contudo, não posso crer que o ser humano ainda seja tão pequeno, chegando a ponto de dar mais valor a uma fofoca que há um abraço ou, no caso das pessoas públicas, do seu trabalho em prol da sociedade.

Cezar Lopes

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